quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Educador... Um processo."

Michel Foucault no seu livro: "A Ordem do Discurso", nos faz refletir sobre questões desafiadoras sobre "verdade" e a relação "poder-saber". Segundo Foucault o "poder" não é necessariamente repressivo, uma vez que incita, induz, seduz, torna mais fácil ou mais difícil, amplia ou limita, torna mais provável ou menos provável. Além disso, o poder é exercido ou praticado em vez de possuído, e assim ciurcula passando através de toda força a ele relacionada.
Analisando essas questões, suscitadas através da leitura do livro, surgem indagações: "Onde está o poder?" "O poder está em cada um de nós?"O poder se apresenta "mascarado"? o "discurso" é um elemento do poder?
Foucault no discorrer do seu discurso, faz uma indagação: "Mas afinal, onde está o perigo de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem indefinidamente?" Através desse questionamento, ele nos leva a refletir sobre os discursos que estão em pauta no nosso cotidiano, principalmente em sala de aula. Que tipo de discurso ouvimos, falamos, ou melhor, repetimos? Nesta perspectiva o perigo estaria na normatização do discurso, visto assim como um elemento de poder? Assim a soceidade se torna normativa e disciplinada através da linguagem dos discursos que proliferam indefinidamente.
Pensando nisso, como educadores devemos ter condições para formular esses discursos, que vai determinar a qualificação que o sujeito que fala deve ter, o comportamento, as circunstâncias como a eficácia desse discurso e o efeito também a quem ele está sendo dirigido.
Considerando estes desafios, percebe-se a importância de uma leitura mais reflexiva e consciente do mesmo, principalmente para nós, professores, que estamos de certa forma, "autorizados a falar". Anaisar as relações de poder-saber veiculadas na sociedade nos permite identificar as características e práticas particulares que tem efeitos perigosos, dominadores ou negativos. Ter um "novo olhar" para os mecanismos de nossas instituições educacionais, questionar a "verdade" de nossos própios e cultivados discursos, examinar aquilo que faz com que sejamos o que somos, pode-nos abrir possibilidades de mudanças na nossa prática educativa.
Finalizando, procede retomar o inicio do discurso quando ele diz: "...É preciso continuar, é preciso pronunciar palavras enquanto as há, é precido dizê-las até que elas me encontrem, até que elas me digam - estranho castigo, estranha falta, é preciso continuar, talvez já tenha acontecido, talvez já tenham dito, talvez me tenham levado ao limiar da minha história, diante da porta que se abre sobre minha história,, eu me surpreenderia se ela se abrisse".